(English version at the bottom)
Durante uma conversa com o engenheiro eletricista e instrutor do SENAI-SP Eduardo Zamignani, abordamos diversos pontos sobre a
formação da nova geração, tendências industriais, projetos passados e atuais e automação.
O percurso do Eduardo é
particular e desde cedo suas escolhas mostram sua determinação e fome de
aprendizado. Ao começar o curso de engenharia, Eduardo sentiu a falta de conhecimentos práticos fundamentais e decidiu cursar em paralelo um curso
técnico como complemento. Adquiriu rapidamente a base necessária e começou sua
jornada no ramo de comandos elétricos e painéis industriais. Iniciando no
hardware, a passagem ao software foi natural. Esse é inclusive um dos
percursos recomendados por ele e, de certa forma, segue os níveis da clássica
pirâmide da automação.
Outro ponto discutido
foi sobre a velocidade em que está avançando a automação. Para citar alguns
exemplos, produtos que eram antigamente configurados via interruptor DIP agora
possuem um servidor web e são integrados em rede industrial. Isso cria uma grande demanda de
conhecimento da parte dos profissionais. Diante essa realidade, Eduardo
comentou haver um desalinhamento entre o conteúdo ensinado aos alunos e a
realidade do mercado de trabalho. Como instrutor, ele está inclusive revisando
alguns dos seus cursos, como o curso de fundamentos do Controlador Lógico Programável (CLP). Trabalhando na indústria
há anos, confirmo que o profissional atual não deve se limitar somente à
linguagem de programação CLP em Ladder Diagram e deve aumentar o reportório programando em outras linguagens
como Function Block Diagram, Structured Text, e também usando funções mais avançadas
como as Added-On Instructions.
Eduardo ressalta que
ainda nesse cenário, alunos com uma base técnica e conhecimentos
práticos, que conseguem fazer um estágio ou ser aprendizes, tendem a se
integrar mais rapidamente no ambiente profissional. Perguntado se é melhor
focar em ser um bom especialista ou adquirir bons conhecimentos gerais em
diversas áreas, Eduardo é a favor da última opção, por ser mais alinhada com as
necessidades das empresas. Porém, se o profissional puder também haver nível
avançado em um campo específico, isso pode ser um diferencial. Em prática, por
exemplo, um engenheiro com uma boa base nos conceitos de elétrica e
automação e conhecimentos avançados, teóricos e práticos, em inversores de
frequência seria um perfil ideal para uma determinada indústria.
Um dos projetos que
marcaram a trajetória de Eduardo foi um projeto realizado durante seu estágio
na TWD Engenharia e Serviços. A aplicação era para desenvolver e instalar um
sistema de segurança de incêndio usado no complexo processo de fabricação de tintas
industriais, com a automação do circuito de acionamento das bombas d'água. O
projeto no início intimidou Eduardo, pois a demanda técnica ia além das suas
experiências até aquele momento. Com trabalho duro e dedicação o projeto foi
entregue com sucesso e incluiu não somente motores elétricos, contadores de
pulso de entrada rápida, confirmação hardware de que os motores estivessem ligados, sensores de pressão, mas também o controle de um motor a diesel. Cinco anos após a entrega do projeto, o cliente nunca teve problemas com o sistema,
o qual continua a funcionar. Esse é um dos maiores reconhecimentos que podemos ter
e é um dos pontos que confirma o êxito de um projeto.
Estamos vivendo um
momento histórico com a pandemia COVID-19. Em meio a tantos eventos tristes em
todo o mundo, o exemplo do Eduardo mostra uma atitude muito positiva. Ele
aproveitou a mudança nos horários e o aumento do tempo em casa para concluir um
projeto antigo, completando uma bancada de testes muito legal e gravando vídeos
didáticos. Gostaria de adicionar aos leitores que esse momento pode ser usado
para fazer um curso online,
assistir webinars e
continuar aprendendo, independentemente dos anos de experiência. Vale a
pena conferir o canal do Eduardo no YouTube,
onde ele compartilha várias dicas interessantes e projetos de automação e
eletrônica.
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During a conversation with the electrical engineer and instructor at SENAI-SP Eduardo Zamignani, we addressed several points about the formation of the new generation, industrial trends, past and current projects and automation.
Eduardo's path is special and from an early age his choices show his determination and hunger for learning. When he started his engineering degree, Eduardo felt that there was a lack of fundamental practical knowledge and decided to take a technical course in parallel as a complement. He quickly acquired the necessary base and began his journey in the field of electrical controls and industrial panels. Starting in hardware, the transition to software was natural. This is even one of the paths recommended by him and, in a way, follows the levels of the classic automation pyramid.
Another point discussed was about the speed at which automation is advancing. To name a few examples, products that used to be configured via a dip switch now have a web server and are integrated into an industrial network. This creates a great demand for knowledge on the part of professionals. Faced with this reality, Eduardo commented that there is a misalignment between the content taught to students and the reality of the job market. As an instructor, he is even reviewing some of his courses, such as the Programmable Logic Controllers (PLC) fundamentals course. Working in the industry for years, I confirm that the current professional should not limit himself only to the PLC programming language in Ladder Diagram and should increase the repertoire by programming in other languages such as Function Block Diagram, Structured Text, and also using more advanced functions such as Added-On Instructions.
Eduardo points out that even in this scenario, students with a technical base and practical knowledge, who manage to do an internship or be apprentices, tend to integrate more quickly into the professional environment. Asked if it is better to focus on being a good specialist or to acquire good general knowledge in several areas, Eduardo is in favor of the latter option, as it is more aligned with the needs of companies. However, if the professional can also have an advanced level in a specific field, this can be a differential. In practice, for example, an engineer with a good foundation in the concepts of electrical and automation and advanced theoretical and practical knowledge of frequency converters would be an ideal profile for a given industry.
One of the projects that marked Eduardo's trajectory was a project carried out during his internship at TWD Engenharia e Serviços. The application was to develop and install a fire safety system used in the complex manufacturing process of industrial paints, with the automation of the water pump drive circuit. The project at first intimidated Eduardo, as the technical demand went beyond his experiences until that moment. With hard work and dedication the project was successfully delivered and included not only electric motors, fast input pulse counters, hardware confirmation that the engines were running, pressure sensors, but also the control of a diesel engine. Five years after the delivery of the project, the customer has never had problems with the system, which continues to function. This is one of the greatest recognitions we can have and is one of the points that confirms the success of a project.
We are living in a historic moment with the COVID-19 pandemic. Amid so many sad events around the world, Eduardo's example shows a very positive attitude. He took advantage of the change in schedules and increased time at home to complete an old project, completing a really cool test bench and recording educational videos. I would like to add to the readers that this moment can be used to take an online course, watch webinars and continue learning, regardless of years of experience. It's worth checking out Eduardo's YouTube channel, where he shares several interesting tips and automation and electronics projects.
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