(English version at the bottom)
Tive o
prazer de bater um papo com Cleber
Alexander Pereira, tecnólogo em automação industrial
com especialidade em instalações elétricas e instrutor do SENAI-SP e UNIP
Sorocaba. Conversamos sobre os motivos que o levaram a se interessar pela
automação, alguns dos projetos que marcaram sua trajetória e a sua visão
de Indústria 4.0 (I4.0).
Cleber iniciou sua formação
completando os cursos técnicos em edificações e também em elétrica e
eletrônica. Suas primeiras experiências profissionais foram trabalhando com instalações elétricas residenciais e prediais. Após virar coordenador de Tecnologia da Informação (TI) de
uma escola do SENAI, um projeto que marcou sua trajetória foi durante a
implementação de uma nova estrutura TI dessa instituição, com novos servidores
e uma nova arquitetura de rede.
Aprendendo de forma autodidática para
enfrentar o novo desafio na área de TI, rapidamente ele conseguiu completar e
entregar o projeto utilizando hardware e software da avanguarda para a época.
Administrou o recém-lançado Windows Server 2008 e instalou uma rede de fibra
ótica. Seus conhecimentos na área de TI o ajudaram a enxergar um potencial
na automação industrial a partir de um novo ângulo.
Controladores Lógicos Programáveis (CLP) já possuem módulos avançados de
comunicação, como cabeças de rede Profibus, AS-i, Profinet, entre outros
protocolos. Cleber começou a preferir usar elementos em rede industrial onde possível,
ao invés das tradicionais entradas e saídas digitais e analógicas. Dessa forma
é possível uma melhor integração do sistema e uma simplificação da instalação
elétrica dos quadros elétricos e bandejas em campo.
Alguns anos mais tarde, o entrevistado teve a oportunidade
de acompanhar um projeto de sub-estações elétricas onde havia monitoramento
contínuo e remoto. Ele percebeu não somente a importância e o valor desses dados no
ciclo de vida de uma instalação, mas também o potencial em aplicar conceitos
semelhantes no chão da fábrica.
Embora a Indústria 4.0 seja muito ligada aos
avanços tecnológicos, Cleber ressalta a importância das pessoas durante uma
transformação digital. O papel do líder é fundamental para estabelecer a
cultura da empresa correta, promovendo a colaboração, motivação, qualificação
e aprendizado contínuo da equipe.
Além das pessoas, Cleber argumenta na
importância da empresa identificar as lacunas. Ele ressalta que I4.0 não é uma
ferramenta ou uma tecnologia disruptiva, mas uma evolução e complemento à manufatura enxuta, que nasceu na indústria automobilística há décadas, visando reduzir desperdício e otimizar processos, e hoje em dia
já se espalhou a todos os setores.
Para iniciar na jornada na I4.0, não são
necessários investimentos financeiros importantes e Cleber recomenda algumas
dicas: haver um roadmap claro e começar com projetos simples e pragmáticos.
Alguns exemplos de projetos iniciais são a instalação de medidores de energia nos painéis elétricos da fábrica e a instalação
de acelerômetros que medem a vibração dos
motores críticos e de grande porte. Ambas são formas simples que permitem
aumentar o monitoramento e diagnóstica.
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I had the pleasure of chatting with Cleber Alexander Pereira, technologist in industrial automation with specialization in electrical installations and instructor at SENAI-SP and UNIP Sorocaba. We talked about what led Cleber to become interested in automation, some of the projects that marked his trajectory and his vision of Industry 4.0 (I4.0).
Cleber began his training by completing technical courses in civil construction as well as electrical and electronics. His first professional experiences were in the field of residential electrical installations. After becoming an IT coordinator at a SENAI school, a project that marked his trajectory was during the implementation of a new IT infrastructure at that institution, with new servers and a new network architecture.
By self-learning to face the new challenge in the IT area, he quickly managed to complete and deliver the project using avant-garde hardware and software for the time. He managed the recently launched Windows Server 2008 and installed a fiber optic network. His knowledge in the IT field helped him to see a potential in industrial automation from a new angle.
Programmable Logic Controllers (PLC) already have advanced communication modules, such as the Profibus network head, AS-i or Profinet, among other protocols. He started preferring to use networked elements in industrial installations where possible, instead of the traditional digital and analog inputs and outputs. In this way it is possible to better integrate the system, and it simplifies the electrical installation of the control panels and trays in the field.
A few years later he had the opportunity to monitor a project for electrical substations where there was continuous and remote monitoring. He realized not only the importance and value of this data in the life cycle of an installation, but also the potential to apply similar concepts to the factory floor.
Although I4.0 is closely linked to technological advances, Cleber stresses the importance of people during a digital transformation. The role of the leader is fundamental to establish the correct company culture, promoting collaboration, motivation, qualification and continuous learning.
In addition to people, Cleber argues that it is important for the company to identify gaps. He emphasizes that I4.0 is not a tool or a disruptive technology, but an evolution and complement to lean manufacturing, which was born in the automobile industry decades ago, with the objective of reducing waste and optimizing processes, and today it has spread to other sectors.
To start on the I4.0 journey, significant financial investments are not necessary, and Cleber recommends some tips: having a clear roadmap and starting with simple and pragmatic projects.
Some examples of initial projects are the installation of power meters in the electrical control panels of the factory and the installation of accelerometers that measure the vibration of critical and large motors. Both are simple ways to increase monitoring and diagnosis.
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